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29 janeiro, 2015

Amar e ceder.

- Eu comprei pra ele de aniversário aquela caneca do Corinthians que ele queria .
- Mas você não é palmeirense, Luiza ? 
- Mas ele não. 

Eu não entendo nada de carros, mas por sua culpa aprendi a ver de longe e reconhecer uma marca, a entender sobre motor e escolher um "mais bonito" pra você.

Eu nem bebo, mas me arrumava toda sexta a noite pra qualquer bar, tomar uma com você, e ainda achava engraçado sair da minha boca esse tipo de frase " Vamos tomar uma hoje?".

Você não gosta de ler, mas até os print screen que eu te mandava com algum texto que te escrevia no meio da madrugada, você lia, eu que já amava escrever, juntava o útil ao agradável e escrevia sobre você.  


Talvez essas lagrimas e esse vazio todo que insiste em me incomodar mesmo depois da sua partida, seja falta desse amor que cede, desse amor que não liga pra rótulos ou status do facebook, desse amor que dura anos e você ainda queria que durasse uma vida inteira. 

Mesmo com os erros, com as palavras malditas, com todo esse passado e um presente que lateja, eu queria muito que dormir no chão do seu quarto rendesse uma eternidade. 

Queria voltar a fazer parte do seu mundo e abrir a porta do meu, pra você se jogar no sofá. Eu queria voltar a ceder meu jeito ranzinza  pra sorrir com o seu sorriso cafajeste.

De tanto ceder você acabou gostando de ler e eu comprei um carro e ainda fui no jogo no timão. 

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